DIOCLÉCIO DANTAS DUARTE, DEPUTADO FEDERAL E INTERVENTOR DO RN POR UM DIA
Dioclécio Dantas Duarte nasceu em
Natal no dia 16 de outubro de 1894, filho de Dioclécio Duarte e de Isabel
Estela Dantas Duarte, descendente de tradicional família de políticos e
proprietários rurais.
Cursou o primário no Colégio
Diocesano de Natal e o secundário no Ateneu Norte-RioGrandense, também na
capital do estado. Em seguida transferiu-se para Pernambuco, iniciando o curso
universitário e tornando-se colaborador em diversos jornais e revistas
literárias. Ainda acadêmico, organizou e dirigiu a Imprensa Oficial de
Pernambuco a convite do governador Manuel Borba. Em 1918 bacharelou-se pela
Faculdade de Direito de Recife.
De volta a seu estado natal ainda em
1918, elegeu-se deputado estadual na legenda do Partido Republicano Federal
(PRF) do Rio Grande do Norte e assumiu a liderança da bancada do partido na
Assembleia Legislativa. Nessa época, dirigiu o jornal A República, de Natal,
órgão oficial do PRF. Interrompeu o mandato em dezembro de 1920 para
secretariar o senador e ex-governador do Rio Grande do Norte, Joaquim Ferreira
Chaves, que assumira naquele mês a pasta da Marinha. Continuou assessorando
Ferreira Chaves quando este passou à chefia do Ministério da Justiça em
setembro de 1921. No final de 1922 foi transferido para o Ministério das
Relações Exteriores, sendo designado para servir no consulado do Brasil em
Bremen, na Alemanha. Na Europa, fez várias conferências de caráter científico e
econômico em centros universitários.
Convocado pelo Partido Republicano
(PR) do Rio Grande do Norte para candidatar-se mais uma vez à Assembleia
Legislativa, retornou ao Brasil e elegeu-se deputado estadual na legenda da
agremiação em 1924. Durante a legislatura participou dos trabalhos de redação
da nova Constituição estadual, promulgada em agosto de 1926. No início de 1927
foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte e em maio iniciou o
mandato, tornando-se membro da Comissão Interparlamentar da Câmara e
representando o Brasil na Conferência Interparlamentar de Comércio, realizada
em Berlim, na Alemanha. Reeleito em março de 1930, exerceu o mandato até
outubro, quando da vitória do movimento revolucionário que depôs o presidente
Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder.
depôs o presidente Washington Luís e
levou Getúlio Vargas ao poder. Com a reconstitucionalização do país, em outubro
de 1934 candidatou-se a deputado estadual no Rio Grande do Norte na legenda do
Partido Popular (PP), mas não conseguiu se eleger. No decorrer dos 11 anos que
se seguiram, ocupou diversos cargos administrativos e de direção nos setores
público e privado.
Nomeado secretário de Georgino Alves Avelino, empossado como interventor
federal no Rio Grande do Norte em agosto de 1945, assumiu interinamente a
interventoria em 28 de outubro do mesmo ano. No dia seguinte Getúlio Vargas foi
deposto por um golpe de Estado liderado pelos generais Pedro Aurélio de Góis
Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, e a chefia do governo foi entregue ao
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Linhares. Em 3 de novembro,
Dioclécio Duarte deixou a interventoria, sendo substituído por Miguel Seabra
Fagundes.
No pleito de dezembro de 1945 foi eleito deputado pelo Rio Grande do
Norte à Assembleia Nacional Constituinte na legenda do Partido Social
Democrático (PSD). Assumiu sua cadeira em fevereiro de 1946, participou dos
trabalhos constituintes e, com a promulgação da nova Carta (18/9/1946), passou
a exercer mandato ordinário, integrando a Comissão de Finanças da Câmara.
Tentou reeleger-se em outubro de 1950 na legenda da Aliança Democrática,
coligação formada pelo PSD, pelo Partido Social Progressista (PSP) e pelo
Partido Republicano (PR), mas obteve uma suplência. Deixou a Câmara em janeiro
de 1951, mas a ela retornou por diversas vezes no decorrer da legislatura que
se seguiu: entre setembro e dezembro de 1951, de dezembro de 1952 a março de
1953, entre setembro e dezembro de 1953 e entre janeiro e junho de 1954. No
pleito de outubro desse último ano voltou a concorrer a uma vaga na Câmara dos
Deputados pelo Rio Grande do Norte na legenda do PR, e obteve novamente uma
suplência. Voltou a exercer o mandato de março a julho e de agosto a novembro
de 1955.
Nomeado em dezembro de 1955 para a
presidência do Instituto Nacional do Sal (INS), do qual já fora conselheiro
técnico — e que em maio de 1957 passaria a se chamar Instituto Brasileiro do
Sal (IBS) —, permaneceu nesse cargo até março de 1961
Foi ainda presidente do Banco
Aliança do Rio de Janeiro e do Banco Central-Mercantil, diretor-fundador da
revista de crítica literária Leitura, redator e colaborador dos jornais
cariocas Diário de Notícias, Diário da Manhã, Jornal do Brasil, A Manhã e Rio
Jornal, entre outros. Foi também membro da Sociedade Brasileira de Agricultura,
da Liga de Defesa Nacional, da Associação Brasileira de Imprensa, da Asociación
Internacional de Prensa e da Associação Brasileira de Municípios, entre outras.
Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 22 de
dezembro de 1975. Era casado com Laura de Magalhães Duarte, com quem teve duas
filhas.
Publicou Para os que ficam... (1918), Uma página do Brasil (1919),
Problemas contemporâneos (1921), Estudos de economia brasileira (1929), A
indústria extrativa do sal na economia do Brasil (1942), O sal na economia do
Brasil (1943), O cooperativismo, Nizi, Brasil compra e vende, Como exerci o meu
mandato, A função social das universidades e Discursos e conferências.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados; CÂM.
DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1946- 1967); CASCUDO, L. História;
CISNEIROS, A. Parlamentares; CORTÉS, C. Homens; Diário do Congresso Nacional;
Grande encic. Delta; MENESES, R. Dicionário; POPPINO, R. Federal; Quem é quem
no Brasil ;SENADO. Endereços; SILVA, R. Bacharéis; VAITSMAN, M. Sangue;
WANDERLEY, N. História.
FONTE – INTERNET
FOTO - AGACIEL MAIA